terça-feira, 16 de junho de 2009

Cuspe
(nada de harmônico)

Nesse muro infestado de cantos escondo meu pranto que escorre, desce ao deixar finas marcas na tinta fresca.

No domingo prolongado largou os ódios pelas estantes, por onde procurava palavras de conforto e deixou-se deslumbrar pela música empoeirada.
Levava nas costas uma história fantástica que abria escondida debaixo das mesas e tomava a atenção dos carros desamparados sobre o verde,

verde-mar - mentira é o que os olhos hesitam em contar-lhe, ou o sorriso e as palavras excêntricas.
negam, simplesmente, A verdade.

Viu nos relatos uma explicação e fonte de espanto, optou por manter-se dura, porém não-intacta. Tirou dos atos e expressões aquilo que mais fosse pungente. No entanto a dor maior era a sua pela felicidade do outro, e a dor do outro se dava pela sua própria felicidade.

De repente tudo parecera impossível.

Isso é meter de displicência os botões nos furos errados, a mania de achar que em nada deve-se pôr reticências... se não seguidas dum período, ponto, final.
Põe-se em desequilíbrio tudo aquilo que se sustenta e de olhos desavisados finge que tudo desconhece, que na vida era vítima ao se ver sem aquilo que causara a própria perda.

Deitou de véu ao ignorar quaisquer questões profanas, de puro, egocêntrico rancor.

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